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Taxa de nascimentos prematuros no Brasil supera a média global
Desafios e implicações para a saúde pública
12/01/2025 18h31 Atualizada há 4 meses
Por: Redação Ascompautadupla Fonte: CNN
Reprodução/Internet

O Brasil se encontra em uma posição preocupante no contexto global de nascimentos prematuros. Em 2023, aproximadamente 12% dos nascimentos no país ocorreram antes de 37 semanas de gestação, resultando em cerca de 300 mil bebês prematuros. Esse dado é alarmante, já que a média global de prematuridade é de 10%.

Fatores contribuintes para a prematuridade

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Conforme Denise Suguitani, diretora executiva da Associação Brasileira de Pais, Familiares, Amigos e Cuidadores de Bebês Prematuros, muitos dos casos de prematuridade no Brasil poderiam ser evitados. "Essas taxas estão fortemente ligadas a determinantes sociais, como o acesso limitado à saúde e à educação," explica Suguitani. A gestação na adolescência é um fator de risco significativo, pois o corpo da adolescente ainda não está completamente preparado para a gestação. Planejamento familiar e acesso a um pré-natal de qualidade são essenciais para reduzir esses números alarmantes.

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A obstetra Joeline Cerqueira, membro da Comissão de Assistência Pré-Natal da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), destaca que várias condições médicas podem ser identificadas e tratadas durante o pré-natal para evitar partos prematuros. Infecções, rompimento prematuro da bolsa e síndromes hipertensivas são algumas das maiores preocupações. Exames precoces e regulares são cruciais para detectar e gerenciar esses riscos.

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A batalha contra a prematuridade

A ruptura prematura da bolsa é mais frequente em gestantes adolescentes, mulheres mais velhas, e aquelas com malformações uterinas ou em situação de desnutrição. Há também maior risco em casos de consumo de álcool, tabagismo e uso de drogas durante a gravidez. Infecções bacterianas, como as infecções urinárias e as de transmissão sexual, são outras causas significativas de prematuridade. A hipertensão gestacional é a principal causa de complicações durante a gravidez, afetando aproximadamente 15% das gestantes e sendo responsável por 25% dos partos prematuros no Brasil.

Caminhos para a prevenção

A realização precoce do pré-natal permite um monitoramento mais intensivo de gestantes em risco. Tratamentos como o uso de progesterona via vaginal podem prevenir contrações precoces ao relaxar a musculatura uterina. Mesmo quando as causas não podem ser revertidas, as gestantes podem ser monitoradas de perto, receber medicamentos para acelerar o desenvolvimento dos órgãos do bebê e prolongar a gravidez tanto quanto possível.

Superar o problema da prematuridade no Brasil exige uma abordagem múltipla que envolve educação, acesso a serviços de saúde de qualidade e planejamento familiar. A conscientização sobre os fatores de risco e a importância do pré-natal são passos essenciais para garantir que mais bebês nasçam no momento adequado, diminuindo os riscos de complicações de saúde.