Faltando pouco mais de um ano para as eleições de 2026, a política paraibana já vive um clima de intensas articulações. O cenário desenha um embate entre forças tradicionais, novos postulantes e a influência do contexto nacional sobre o estado.

O governador João Azevêdo (PSB), que já não pode concorrer à reeleição, movimenta-se para garantir um sucessor dentro de seu grupo político. O nome mais cotado é o do atual vice-governador, Lucas Ribeiro (PP), que tem forte respaldo do Progressistas e do senador Efraim Filho (União Brasil). No entanto, há rumores de que o PSB pode lançar um nome próprio, como o deputado Gervásio Maia.

Entre os governistas, um novo fator pode mudar o jogo: o presidente da Assembleia Legislativa, Adriano Galdino (Republicanos), tem se articulado nos bastidores e pode entrar na disputa ao governo, o que mexeria com a atual configuração das alianças. Galdino tem influência em diversas regiões do estado e pode atrair apoio de partidos do centrão.

Do outro lado, a oposição busca se fortalecer. O ex-prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues (Podemos), que ensaiou uma aliança com o governo, pode agora encabeçar uma chapa oposicionista. O bolsonarismo também terá papel decisivo, com o deputado federal Cabo Gilberto Silva (PL) e o comunicador Nilvan Ferreira (PL) sendo nomes cogitados para a disputa.

Nos últimos dias, especula-se ainda a possibilidade de o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), entrar na corrida pelo Palácio da Redenção. Experiente e bem avaliado na capital, Cícero poderia surgir como um nome de consenso dentro da base governista, caso haja impasses na definição do sucessor de João Azevêdo.

No Senado, a vaga em jogo pertence a Veneziano Vital do Rêgo (MDB), que tentará a reeleição, mas enfrenta resistências dentro do próprio partido. O ex-senador Cássio Cunha Lima (PSDB) surge como um possível candidato, reacendendo a polarização histórica entre Cunha Lima e Vital do Rêgo.

A eleição para presidente também influenciará a disputa local. O peso do governo Lula na Paraíba pode fortalecer candidatos alinhados ao PT, enquanto a direita tentará surfar na popularidade de Bolsonaro no estado.

Nos bastidores, as alianças ainda estão longe de definição, mas uma coisa é certa: 2026 promete ser uma eleição acirrada, com reviravoltas e estratégias que podem mudar o rumo da Paraíba nos próximos anos.