Economia Negócios
Requalificação profissional se torna essencial até 2030
Segundo o Fórum Econômico Mundial, 59% dos trabalhadores precisarão se requalificar até 2030. Especialista aponta a tecnologia como principal motor...
07/04/2025 15h11 Atualizada há 3 semanas
Por: Redação Ascompautadupla Fonte: Agência Dino

O mercado de trabalho global passa por uma transformação acelerada. Conforme o Relatório sobre o Futuro dos Empregos 2025, do Fórum Econômico Mundial, 59% dos profissionais precisarão se requalificar ou aprimorar suas habilidades até 2030. O estudo também aponta que 40% das competências exigidas pelo mercado devem mudar até o fim da década.

A evolução tecnológica, com destaque para a inteligência artificial (IA) e a automação, é um dos principais fatores que impulsionam essa necessidade de atualização. O relatório estima que 170 milhões de novas funções serão criadas até 2030, enquanto 92 milhões deixarão de existir, resultando em um saldo positivo de 78 milhões de empregos.

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“O ritmo da transformação do mercado de trabalho exige que profissionais e empresas adotem uma mentalidade de aprendizado contínuo. Funções estão sendo redefinidas e a capacidade de adaptação será determinante para a empregabilidade no futuro”, analisa Andréa Felgueiras, Gerente de Marketing para Atração de Talentos no ManpowerGroup Brasil.

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Habilidades em alta

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O estudo destaca que as competências mais valorizadas nos próximos anos incluem criatividade, resiliência, flexibilidade, agilidade e pensamento analítico. Habilidades tecnológicas também estarão em alta, como conhecimentos em inteligência artificial, big data, redes e segurança cibernética.

“As empresas não estão somente buscando profissionais com habilidades técnicas, mas também aqueles que tenham capacidade de resolver problemas complexos, trabalhar em equipe e liderar processos de inovação”, afirma Andréa Felgueiras.

Desafios para empregadores e profissionais

A lacuna de competências é um desafio para 63% dos empregadores, que buscam evitar a obsolescência de seus negócios. Segundo o mesmo relatório do Fórum Econômico Mundial, a falta de qualificação dos trabalhadores e a resistência à mudança são alguns dos principais entraves. Para enfrentar esses desafios, 77% das empresas planejam investir na capacitação de suas pessoas.

“A grande questão é que a requalificação profissional precisa ser uma responsabilidade compartilhada entre empresas, governos e trabalhadores. Apenas iniciativas isoladas não serão suficientes para suprir a demanda crescente por novas habilidades”, avalia Felgueiras.

Impacto no Brasil

No Brasil, a dificuldade em encontrar profissionais com determinadas habilidades é uma realidade. Um estudo conduzido pelo ManpowerGroup revela que 81% dos empregadores brasileiros já enfrentam dificuldades para contratar profissionais com as competências necessárias. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) projeta que o país precisará formar 2,2 milhões de novos profissionais e requalificar 11,8 milhões até 2027.

“A requalificação é um dos principais desafios do mercado de trabalho brasileiro. As empresas precisam investir cada vez mais em programas de capacitação interna e parcerias com instituições de ensino para suprir essa carência”, destaca Felgueiras.

Para reduzir o déficit de habilidades, algumas empresas adotam a educação como um benefício corporativo: “Oferecer treinamentos e programas de requalificação para os colaboradores é uma estratégia para atrair e reter talentos, além de preparar os profissionais para novas exigências do mercado”, comenta a especialista.

Perspectivas futuras

O mercado de trabalho global deve crescer 7% nos próximos cinco anos, com um incremento de 78 milhões de empregos. No entanto, os desafios demográficos, o aumento do custo de vida e o avanço da tecnologia continuarão impactando o futuro do trabalho em diversos países.

“A transformação do mercado de trabalho já está acontecendo. Os profissionais que conseguirem se adaptar rapidamente e desenvolver novas habilidades terão maiores chances de se manterem competitivos no futuro”, conclui Felgueiras.