Embora a Rússia tenha escapado das tarifas impostas pelo “Dia da Libertação” do presidente Donald Trump, o país enfrenta desafios significativos devido à guerra comercial global, especialmente no setor de petróleo. A dependência do Kremlin dessa indústria, que representa cerca de um terço das receitas do orçamento estatal, torna a economia russa vulnerável às oscilações nos preços globais do petróleo.
Queda nos preços do petróleo e suas consequências
Os preços do petróleo bruto caíram este mês, com a mistura Urals, referência russa, sendo negociada abaixo de US$ 55 por barril, muito aquém da meta orçamentária de US$ 70. Analistas alertam que, se os preços permanecerem baixos, a economia russa poderá enfrentar um “pouso forçado”.
Essa queda ocorre em um momento delicado para Moscou, que já lidava com uma economia desacelerada e negociações de cessar-fogo na Ucrânia. Embora os preços atuais não sejam suficientes para alterar os planos militares do presidente Vladimir Putin, uma queda mais acentuada poderia forçá-lo a reconsiderar suas estratégias.
Impactos sociais e econômicos
Além de afetar os cofres do Estado, a queda nos preços do petróleo pode desencadear uma crise em comunidades inteiras dependentes da extração e refino do recurso. Sergey Vakulenko, especialista em energia, estima que a Rússia perde cerca de US$ 25 bilhões por ano para cada redução de US$ 10 no preço do barril.
Apoio externo e desafios futuros
Apesar das dificuldades, Moscou conta com o apoio econômico da China e a produção doméstica de munições e aço para sustentar sua campanha militar. No entanto, a governadora do Banco Central da Rússia, Elvira Nabiullina, alertou que a continuidade da guerra comercial pode reduzir a demanda global por recursos energéticos, agravando os desafios econômicos do país.
Com a volatilidade dos mercados e a dependência do petróleo, a Rússia enfrenta um cenário de incertezas que pode redefinir sua posição econômica e geopolítica nos próximos anos.