As tensões comerciais entre Estados Unidos e China, intensificadas pelas tarifas impostas durante o governo de Donald Trump, continuam a gerar repercussões no setor industrial. No último domingo (20) e nesta segunda-feira (21), dois aviões Boeing 737 MAX, destinados a companhias aéreas chinesas, retornaram aos Estados Unidos, simbolizando os impactos diretos das medidas protecionistas.
Um dos jatos, customizado para a Xiamen Airlines, pousou no Boeing Field, em Seattle, após uma viagem de 8.000 km que incluiu paradas para reabastecimento em Guam e no Havaí. Pintado com as cores da companhia chinesa, o avião era parte de um lote que aguardava finalização no centro de acabamento da Boeing em Zhoushan, na China.
A devolução dos aviões reflete as dificuldades enfrentadas pela Boeing em meio às tarifas bilaterais de retaliação. Além de prejudicar a entrega de aeronaves, as medidas afetam a competitividade da fabricante americana no mercado chinês, um dos maiores consumidores de aviação comercial do mundo.
Especialistas apontam que o episódio evidencia os desafios de um cenário global marcado por disputas comerciais e protecionismo. Para a Boeing, a situação representa não apenas perdas financeiras, mas também a necessidade de reavaliar estratégias em mercados internacionais. Já para a China, a devolução dos aviões reforça sua postura de resistência às tarifas americanas, enquanto busca diversificar suas parcerias comerciais.
O retorno dos jatos é mais um capítulo em uma relação econômica marcada por atritos, com impactos que vão além do setor aeronáutico, afetando cadeias globais de produção e comércio. A resolução dessas tensões dependerá de negociações que equilibrem interesses econômicos e geopolíticos, em um momento crucial para as duas maiores economias do mundo.