Cinco anos após prometer eliminar os “cookies de terceiros”, o Google surpreende ao anunciar que continuará permitindo seu uso no navegador Chrome. Nesta terça-feira, Anthony Chavez, vice-presidente da Privacy Sandbox, comunicou que o objetivo de bloquear tais ferramentas será revisado, citando avanços tecnológicos e mudanças no ambiente regulatório global como justificativas para manter a abordagem atual.
Desde 2020, quando anunciou pela primeira vez a intenção de bloquear os cookies de terceiros, o Google adiou várias vezes a execução dessa promessa. Em 2024, a empresa ajustou sua posição, permitindo que os usuários optem por desativar os cookies em vez de bloqueá-los completamente. A decisão mais recente reforça essa abordagem, destacando a dificuldade em alinhar as perspectivas divergentes entre desenvolvedores, reguladores, editores de conteúdo e a indústria publicitária.
Os cookies de terceiros, arquivos que registram as atividades online dos usuários para oferecer anúncios personalizados, são cruciais para o funcionamento da publicidade digital. Chavez afirmou que as novas tecnologias, impulsionadas pelo crescimento da inteligência artificial desde 2022, oferecem formas alternativas de proteger dados pessoais sem comprometer a experiência do usuário.
O executivo também reconheceu o impacto do ambiente regulatório, que evoluiu significativamente em escala global, como um dos motivos que influenciaram a decisão da empresa. “Por todos esses fatores, manteremos nossa abordagem atual para cookies de terceiros no Chrome”, declarou Chavez em mensagem oficial no blog do Google.
Enquanto isso, a gigante da tecnologia enfrenta novos desafios legais. Neste mês, uma juíza federal dos Estados Unidos determinou que o Google monopolizou o mercado de publicidade digital por meio de práticas anticompetitivas, decisão que coloca ainda mais pressão sobre a empresa em meio a debates sobre privacidade e transparência de dados.
A manutenção dos cookies publicitários pelo Google reacende o debate sobre privacidade digital e as fronteiras éticas do mercado publicitário global. Resta saber como usuários, reguladores e concorrentes irão reagir diante dessa reviravolta.