O governo chinês anunciou discretamente a isenção de tarifas sobre alguns semicondutores fabricados nos Estados Unidos, em um esforço para proteger suas empresas de tecnologia frente às tensões comerciais com o presidente Donald Trump. A decisão, aplicada a pelo menos oito classificações de microchips, reduziu as tarifas de 125% para zero, segundo o site chinês Caijing, antes de o artigo ser deletado.
Uma medida estratégica
Importadores confirmaram que determinados semicondutores americanos estão isentos, apontando que a China está priorizando produtos "insubstituíveis" para manter a competitividade de suas indústrias. Embora a isenção não seja abrangente, ela reflete a dependência da China de chips avançados projetados por empresas como Nvidia, Qualcomm e AMD, mas fabricados em Taiwan, os quais não são considerados "originários dos EUA" para fins de tarifas.
Tensões comerciais e desafios diplomáticos
Apesar do tom conciliatório de Trump em algumas declarações recentes, as conversas entre os dois países têm enfrentado dificuldades. A falta de consenso sobre os passos necessários para reduzir as tarifas ainda equivale a um embargo comercial em muitos setores.
Especialistas destacam que, em uma guerra tarifária prolongada, algumas empresas estrangeiras poderiam abandonar o mercado chinês. Michael Hart, presidente da Câmara Americana de Comércio na China, alertou que negócios sustentados pelo modelo atual enfrentariam riscos significativos.
Impactos no setor tecnológico
A decisão de Pequim de isentar certos chips evidencia sua estratégia para evitar rupturas na indústria tecnológica nacional. A China depende de semicondutores importados para sustentar seu avanço tecnológico, e muitos na indústria esperavam que esses produtos escapassem das tarifas elevadas.
O Ministério das Relações Exteriores da China e a Administração Geral das Alfândegas ainda não comentaram oficialmente sobre a medida, mantendo o sigilo em torno dessa decisão sensível.
A isenção é um claro reflexo da complexidade das relações comerciais entre China e EUA, destacando os esforços dos dois países para mitigar os impactos econômicos de uma disputa que parece longe de terminar.