Desde 2020, o icônico Hotel Tambaú, localizado na orla de João Pessoa, permanece fechado, envolvido em uma complexa disputa judicial que impede sua reabertura. O estabelecimento, famoso por sua arquitetura modernista assinada por Sérgio Bernardes, foi leiloado devido a dívidas da Rede Tropical de Hotéis, mas a definição sobre sua posse ainda está longe de um desfecho.

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Briga judicial e impasse na reabertura

O leilão do hotel em 2020 gerou um embate jurídico entre os grupos envolvidos. O primeiro vencedor, A. Gaspar, desistiu da compra, e o segundo colocado, Rui Galdino, assumiu a arrematação, mas questionou o valor do lance e também declinou. Após idas e vindas, Galdino reconsiderou e resolveu pagar os R$ 40 milhões iniciais.

Em um segundo leilão, realizado em fevereiro de 2021, o grupo A. Gaspar arrematou o hotel por R$ 40,6 milhões, dividindo o pagamento em 80 parcelas. No entanto, a Ampar Hotelaria assumiu a posição de Rui Galdino e, em 2022, quitou valores pendentes e formalizou a documentação do hotel.

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro anulou o segundo leilão, reconhecendo Galdino como o verdadeiro vencedor, e a disputa foi levada ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). Enquanto isso, a Ampar defende que todas as pendências já foram resolvidas e que a propriedade está regularizada.

Possível desapropriação

Diante do impasse e das denúncias de abandono do hotel, a Prefeitura de João Pessoa declarou a área como de utilidade pública em 2021, sinalizando uma possível desapropriação. Entretanto, nenhuma medida concreta foi tomada até agora.

A avaliação atual do hotel gira em torno de R$ 300 milhões, o que torna um processo de desapropriação custoso e burocrático. Para especialistas, a solução ideal seria uma parceria entre a iniciativa privada e o setor público, garantindo a revitalização do espaço sem novos entraves legais.

Enquanto a disputa judicial persiste, o Hotel Tambaú segue fechado, à espera de uma definição que possa devolver à cidade um dos seus cartões-postais mais emblemáticos. A reabertura depende de um desfecho legal claro, que permita investimentos e a retomada das operações do hotel na capital paraibana.