Brasil Desastres naturais
União desembolsa R$ 13 bilhões em reparos por tragédias climáticas em dez anos
Falta de investimento em prevenção gera custos exorbitantes para o país
17/05/2024 18h19
Por: Redação Ascompautadupla Fonte: Agência Brasil
Reprodução/Internet

Entre 2013 e 2023, o governo federal destinou R$ 13,3 bilhões para reparar danos causados por desastres naturais no Brasil. Esse valor, equivalente a quase 4% do orçamento anual do Ministério do Meio Ambiente em 2023, evidencia a falha do país em investir na prevenção de tragédias climáticas.

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Os dados, obtidos através do sistema "Painel de Recursos para Gestão de Riscos e Desastres" do Tribunal de Contas da União (TCU), revelam um panorama preocupante. A verba destinada à reparação de danos supera em mais de duas vezes o investimento em medidas preventivas no mesmo período, totalizando apenas R$ 4,9 bilhões.

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Essa discrepância entre recursos para reparo e prevenção demonstra a falta de planejamento e investimento em ações que minimizariam o impacto das catástrofes climáticas. Infelizmente, o Brasil tem vivenciado um aumento na frequência e intensidade desses eventos, como enchentes, secas, deslizamentos de terra e queimadas, impulsionados pelas mudanças climáticas.

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Em 2022, por exemplo, as inundações em Petrópolis, no Rio de Janeiro, causaram 241 mortes e deixaram um rastro de destruição. O TCU estima que os prejuízos à cidade superam R$ 1 bilhão, valor que poderia ter sido significativamente reduzido com medidas preventivas adequadas, como a construção de barragens e a canalização de rios.

A situação se torna ainda mais crítica quando se considera que os custos com reparos representam apenas uma fração do impacto total das tragédias climáticas. Além dos danos materiais e à infraestrutura, esses eventos também causam perdas de vidas, sofrimento humano e impactos socioeconômicos consideráveis.

É urgente que o governo federal reavalie suas prioridades e invista de forma significativa em ações de prevenção de desastres climáticos. Ações como o mapeamento de áreas de risco, o investimento em infraestrutura resiliente e a implementação de políticas públicas que promovam a adaptação às mudanças climáticas são essenciais para proteger a população brasileira e reduzir os custos futuros com reparos.

Investir em prevenção não é apenas um dever moral, mas também uma questão de economia. Ao minimizar o impacto das tragédias climáticas, o governo pode poupar recursos públicos que poderiam ser direcionados para outras áreas prioritárias, como saúde, educação e infraestrutura.

A sociedade civil também tem um papel importante a desempenhar na cobrança de políticas públicas mais eficazes para a prevenção de desastres climáticos. É fundamental que os cidadãos se engajem na discussão e pressionem seus representantes por medidas que garantam a segurança e o bem-estar da população.

Somente através de um esforço conjunto e de um compromisso com a sustentabilidade que o Brasil poderá construir um futuro mais resiliente e menos vulnerável aos impactos das mudanças climáticas.