Brasil Maioria em 2024
Mulheres Já São Quase Metade dos Médicos do País e Devem Ser Maioria em 2024
Mudança de Perfil na Medicina Brasileira Reflete Avanços na Igualdade de Gênero e Traz Novos Desafios e Oportunidades para a Profissão
17/06/2024 09h45
Por: Redação Ascompautadupla Fonte: Estadão
Reprodução/Internet

O Brasil está prestes a testemunhar uma mudança histórica na medicina: as mulheres, que já representam quase metade dos médicos em atividade no país, deverão se tornar maioria na profissão a partir de 2024. Dados recentes do Conselho Federal de Medicina (CFM) revelam que o crescimento da participação feminina na área médica é um reflexo dos avanços na igualdade de gênero e das transformações sociais nas últimas décadas.

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Atualmente, as mulheres representam 48,5% dos profissionais médicos no Brasil, uma porcentagem que vem crescendo continuamente desde os anos 1990. Essa tendência acompanha a maior inserção feminina em cursos de Medicina, onde, em muitas universidades, as alunas já superam os alunos em número. "É uma mudança significativa e positiva que demonstra a quebra de barreiras e estereótipos de gênero na profissão", comenta a socióloga Maria Helena Vieira.

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O impacto dessa mudança de perfil na medicina vai além dos números. A presença crescente de mulheres na profissão traz novos olhares e abordagens para o cuidado com a saúde, muitas vezes com maior sensibilidade para questões de gênero e atenção integral ao paciente. "As mulheres têm contribuído para uma medicina mais humanizada e centrada no paciente, algo que vem transformando a prática médica de forma geral", destaca o Dr. Carlos Eduardo, diretor de um hospital público em São Paulo.

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Contudo, essa transição também apresenta desafios específicos. A conciliação entre carreira e vida pessoal é uma preocupação recorrente entre as médicas, que frequentemente enfrentam dificuldades relacionadas à maternidade e aos papéis tradicionais de gênero. "Apesar dos avanços, ainda enfrentamos muitos desafios para equilibrar a vida profissional com as responsabilidades familiares", afirma a Dra. Ana Paula Martins, pediatra e mãe de dois filhos. "Precisamos de políticas de apoio e maior flexibilidade nas jornadas de trabalho para que possamos exercer plenamente nossa profissão sem prejuízo para a vida pessoal."

A ascensão das mulheres na medicina também chama atenção para a necessidade de maior representação feminina em posições de liderança. Embora a presença feminina seja crescente entre os profissionais de base, as mulheres ainda são sub-representadas em cargos de direção de hospitais, associações médicas e órgãos reguladores. "É fundamental que, além de sermos maioria na base, alcancemos também os espaços de decisão e influência na medicina", ressalta a Dra. Renata Souza, cirurgiã e membro do CFM.

O cenário para os próximos anos é promissor, com expectativas de que as mulheres ultrapassem os homens em número já em 2024. Essa mudança não apenas reafirma o potencial e a capacidade das médicas brasileiras, mas também aponta para um futuro em que a equidade de gênero se torna uma realidade cada vez mais palpável na medicina.

As universidades e instituições de saúde têm um papel crucial nesse processo, implementando políticas inclusivas e de suporte que garantam condições justas para todas as profissionais. "É um momento de grande transformação e precisamos estar preparados para acolher e apoiar essa nova maioria, garantindo que as médicas tenham todas as condições para exercer sua profissão com excelência", conclui o Dr. Paulo Silva, reitor de uma renomada faculdade de Medicina.

Enquanto o Brasil se prepara para essa mudança histórica, a sociedade celebra o avanço das mulheres na medicina como um passo importante rumo à igualdade de gênero e à melhoria contínua dos cuidados de saúde para todos.