Com a chegada das eleições presidenciais de 2026, especialistas e autoridades já preveem um cenário desafiador no combate à desinformação. As eleições de 2022 e os pleitos municipais de 2024 mostraram que as fake news continuam sendo uma ferramenta poderosa para manipular o debate público, influenciar eleitores e até gerar crises institucionais. O que podemos esperar para 2026?
Nos últimos anos, a disseminação de notícias falsas se sofisticou. O uso de inteligência artificial para criar vídeos e áudios falsificados (deepfakes) preocupa especialistas, que alertam para a possibilidade de ataques coordenados contra candidatos e instituições. Além disso, novas plataformas e redes sociais emergentes podem dificultar ainda mais a fiscalização da Justiça Eleitoral.
Diante desse cenário, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já começou a se preparar para evitar que as eleições sejam impactadas pela desinformação. Uma das estratégias envolve a ampliação das parcerias com plataformas digitais para identificar e remover conteúdos enganosos de forma mais ágil. Além disso, medidas punitivas mais rigorosas contra candidatos e partidos que utilizarem fake news como estratégia eleitoral estão sendo estudadas.
A regulamentação das redes sociais também promete ser um tema central no debate político antes de 2026. Congressistas discutem propostas para responsabilizar as big techs pela disseminação de conteúdos falsos, exigindo maior transparência sobre o funcionamento dos algoritmos e o financiamento de campanhas digitais. No entanto, há forte resistência por parte das plataformas e de grupos políticos que veem na regulação um risco à liberdade de expressão.
Para os eleitores, a atenção precisa ser redobrada. A checagem de informações e a educação midiática serão fundamentais para evitar que boatos influenciem o voto. "Precisamos criar uma cultura de verificação. O eleitor deve sempre buscar fontes confiáveis antes de compartilhar qualquer conteúdo político", afirma a analista política Mariana Andrade.
As eleições de 2026 prometem ser um dos pleitos mais polarizados da história recente do Brasil, e o papel das fake news nesse processo ainda é uma incógnita. O que se sabe é que a luta contra a desinformação será decisiva para garantir um processo eleitoral mais transparente e democrático.