Era uma manhã ensolarada quando Ana, uma jovem de 25 anos, entrou na sala decorada com tons de lilás. O lugar era um refúgio, um centro de apoio a mulheres vítimas de violência doméstica em João Pessoa. “O lilás me dá força”, ela confidenciou, segurando uma fita com a cor simbólica do mês.
Em março, o país destaca a luta contra o feminicídio e reforça o papel da sociedade na desconstrução da violência de gênero. Dados alarmantes continuam a pintar um quadro sombrio: no último ano, o Brasil registrou um aumento nos casos de feminicídio, refletindo a persistência de padrões culturais machistas.
Contudo, vozes como a de Ana têm emergido. Após anos de silêncio e medo, ela encontrou coragem para denunciar e iniciar uma nova trajetória. O centro em que está abrigada realiza oficinas de empoderamento, oferecendo tanto suporte psicológico quanto alternativas econômicas para as vítimas.
Especialistas alertam que, além da denúncia, é essencial focar na educação e em campanhas que sensibilizem a população desde cedo. "O feminicídio não é um crime isolado; é o ápice de um ciclo contínuo de violência que precisa ser interrompido", destaca a psicóloga Maria Luiza Silva.
Histórias como a de Ana são lembretes de que, embora as estatísticas assustem, a solidariedade e o engajamento podem transformar vidas. Neste Março Lilás, o Brasil reafirma o compromisso de dizer, mais alto e mais firme: não ao feminicídio.